quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jovens querem reunir 1 milhão de assinaturas pelo Voto Distrital


Eles vêm de várias classes sociais e têm diferentes profissões. Em comum, o desejo de ver a política mais próxima do dia-a-dia do brasileiro e cada vez mais longe dos escândalos retratados nos meios de comunicação. Se para muitos discutir política é algo considerado pouco amistoso e popular, para esse grupo a tarefa tornou-se leve, descontraída e até divertida.
Batizado de “Eu Voto Distrital”, o Movimento nasceu em 2010, antes das eleições presidenciais e de o Congresso Nacional ter agendado em sua pauta a Reforma Política. Hoje, o #EuVotoDistrital vem ganhando cada vez mais força, com mais adeptos dispostos a se engajar no debate sobre a mudança do sistema de votação no Brasil.
O Movimento, que é adepto da “comunicação não violenta”, aposta na mobilização em rede, com muito uso da internet, e baseia-se na crença de que a política pode, sim, encontrar os sonhos dos brasileiros todos os dias, entrando de forma prazerosa e rápida, porém efetiva, no cotidiano das pessoas; nas escolas, faculdades, rodas de amigos.

Eleição direta

Dentro do vasto elenco de propostas da Reforma Política, o grupo elegeu uma bandeira específica: a mudança do sistema eleitoral brasileiro de Voto Proporcional para Voto Distrital.
No Sistema Proporcional, em vigência no Brasil, há uma desconexão entre o político e a população, já que na confusão da fórmula eleitoral o eleitor não sabe quem elegeu e o deputado ou vereador não sabe objetivamente quem representa, tornando a fiscalização mais difícil.
Esta mesma fórmula ajuda politicos com pouca representatividade, e especialmente aqueles envolvidos em escândalos, que acabam por se eleger na carona dos chamados “puxadores de votos”: “celebridades” que carregam com elas outros candidatos. Exemplo disso foi o conhecido “efeito Tiririca”, estratégia utilizada nas últimas eleições do Congresso Nacional, onde muitos eleitores de São Paulo, achando que estavam fazendo um voto de “protesto”, elegeram dezenas de envolvidos no escândalo do Mensalão devido ao “voto de legenda”.
Outro problema é que, com o voto proporcional, os custos da campanha para o Legislativo no Brasil estão entre os mais altos do mundo.
Com o Voto Distrital, os estados e municípios serão divididos em regiões (distritos), onde a população elegerá seus representantes para as Assembléias Legislativas, Câmara de Deputados e de Vereadores pela maioria dos votos. Assim, de forma direta, o eleitor se aproximará do politico, a fiscalização aumentará, as campanhas políticas ficarão mais baratas, e deixarão de existir os partidos de aluguel e os puxadores de votos.

#EuVotoDistrital

O Movimento é baseado em dois princípios que norteiam todas as ações do grupo:
1) No conceito de Rede Distribuída – onde não há lideranças ou liderados, mas sim um agrupamento de pessoas dividido por frentes de trabalho, funcionando a partir da doação do melhor que cada um pode fazer pela causa, seguindo uma mensagem única.
2) Na Comunicação Não Violenta – Inspirado nos movimentos não-violentos de Mahatma Gandhi e Martin Luther King, o movimento #euvotodistrital usa a comunicação não–violenta para expressar suas ideias, propostas, visão, argumentos e opinião.
O grupo se organiza virtualmente, trocando conteúdos, materiais de mobilização e ideias de ação. Além disso, o “Eu Voto Distrital” tem dois suportes aos mobilzadores: ArgumentAÇÃO (debate training) e FacilitAÇÃO (treinamento de mobilizadores para melhorar a retenção e comprometimento de cada grupo de voluntários).
“O movimento escolheu uma estratégia de mobilização diferente. Não acreditamos que uma mudança desse tipo deva ser feita de cima para baixo, pois não é uma questão de mudar uma Lei ou fórmula, e sim uma mudança de comportamento da sociedade”, diz a mobilizadora Beatriz Pedreira, uma das jovens engajadas no “Eu Voto Distrital”.
Já são mais de 20 mil pessoas engajadas no #Euvotodistrital e todos os Estados brasileiros já possuem seus representantes começando ações de maneira descentralizada e espontânea.

Serviço

Conheça mais sobre o movimento em:
Página do “Eu Voto Distrital no Facebook
Página do “Eu Voto Distrital no Twitter

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